Nome de nascimento: António Zambujo
Data de nascimento: 19 de setembro de 1975
Terra natal: Beja, Alentejo
Primeiro contacto com a música: aos 8 anos, quando começa a ter aulas de clarinete
Maior êxito: “Pica do 7”, do álbum "Rua da Emenda"
Anos de carreira: 2002 - presente
Discografia:
Página oficial do cantor: http://www.antoniozambujo.com/
De manhã cedinho eu salto do ninho
E vou pra paragem
De bandolete à espera do 7 mas não pela viagem
Eu bem que não queria
Mas um certo dia eu vi-o passar
E o meu peito séptico, por um pica de elétrico
Voltou a sonhar
A cada repique, que soa do clique
Daquele alicate
Num modo frenético, o peito séptico toca a rebate
Se o trem descarrila o povo refila
E eu fico num sino
Pois um mero trajeto no meu caso concreto
É já o destino
Ninguém acredita no estado em que fica
O meu coração
Quando o 7 me apanha
Até acho que a senha me salta da mão
Pois na carreira desta vida vã
Mais nada me dá a pica que o pica do sete me dá
Que triste fadário e que itinerário tão infeliz
Cruzar meu horário
Com o dum funcionário de um trem da carris
Se eu lhe perguntasse
Se tem livre passe pró peito de alguém
Vá-se lá saber
Talvez eu lhe oblitere o peito também
Ninguém acredita no estado em que fica
O meu coração
Quando o 7 me apanha
Até acho que a senha me salta da mão
Pois na carreira desta vida vã
Mais nada me dá a pica que o pica do sete me dá
Bem te avisei, meu amor,
Que não podia dar certo
E era coisa de evitar
Como eu, devias supor,
Que, com gente ali tão perto,
Alguém fosse reparar
Mas não: fizeste beicinho
E como numa promessa
Ficaste nua para mim
Pedaço de mau caminho
Onde é que eu tinha a cabeça
Quando te disse que sim?
Embora tenhas jurado
Discreta permanecer
Já que não estávamos sós
Ouvindo na sala ao lado
Teus gemidos de prazer
Vieram saber de nós
Nem dei p'lo que aconteceu
Mas, mais veloz e mais esperta,
Só te viram de raspão
Vergonha passei-a eu:
Diante da porta aberta
Estava de calças na mão.
Vem dar uma voltinha na minha Lambretta
Deixa de pensar no tal Vilela
Que tem carro e barco à vela
O pai tem a mãe também
Que é tão tão
Sempre a preceito
Cá para mim no meu conceito
Se é tão tão e tem tem tem
Tem de ter algum defeito
Vem dar uma voltinha na minha Lambretta
Vê só como é bonita
É vaidosa, a rodinha mais vistosa
Deixa um rasto de cometa
É baixinha mas depois
Parece feita para dois
Sem falarmos eteceteras
Fazem de nós heróis
Eu sei que tenho estilo gingão
Volta e meia vai ao chão
Quando faz de cavalinho
Mas depois passa-lhe a dor,
Endireita o guiador
E regressa de beicinho
Para o pé do seu amor
Vem dar uma voltinha na minha Lambretta
Eu juro que eu guio devagarinho
Tu só tens de estar juntinho
Por razões de segurança
E se a estrada nos levar
Noite fora até mar
Paro na beira da estrada
Com a luzinha a alumiar
E deixar de pensar no tal Vilela
Que tem carro e barco à vela
O pai tem a mãe também
Que é tão tão
Sempre a preceito
Cá para mim no meu conceito
Se é tão tão e tem tem tem,
Tem que ter algum defeito
Se é tão tão e tem tem tem,
Tem que ter algum defeito
Se é tão tão e tem tem tem,
Tem que ter algum defeito ...
O nosso amor chega sempre ao fim
tu velhinha com teu ar ruim
e eu velhinho a sair porta fora
mas de manhã algo estranho acontece
tu gaiata vens da catequese
e eu gaiato a correr da escola
mesmo evitando tudo se repete
o encontrão, a queda e a dor no pé
que o teu sorriso sempre me consola
No nosso amor tudo continua
o primeiro beijo e a luz da lua
o casamento e o sol de Janeiro
vem a Joana, a Clara e o Martim
Surge a pituxa, a laica e o bobi
e uma ruga a espreitar ao espelho
com a artrite, a hérnia e a muleta
tu confundes o nome da neta
e eu não sei onde pus o dinheiro
O nosso amor chega sempre aqui
ao instante de eu olhar para ti
com ar de cordeirinho penitente
mas nem te lembras bem o que é que eu fiz
e eu com isto também me esqueci
mas contigo sinto-me contente
penduro o sobretudo no cabide
visto o pijama e junto-me a ti
de sorriso meigo e atrevidamente
Ao teu pé frio, encosto o meu quentinho
e adormecendo lá digo baixinho
eu vivia tudo novamente